quarta-feira, 1 de julho de 2015

A Maior Mentira de Todas


Pergunte a qualquer pessoa qual é a pior das atitutes humanas e 9 entre 10 responderão que é a mentira .
Faltar com a verdade, ser desonesto com fatos e notícias, esconder algo ou simplesmente mentir por diversão (ou por maldade) é coisa que não toleramos e consideramos, em muitos casos, a pior das traições. 
Mas, sendo intrínseca da natureza humana ela está, e sempre esteve, presente no cotidiano de nossas vidas enquanto espécie.
De fato a um dito popular que diz que:
"Uma mentira repetida várias vezes acaba se tornando verdade."
E parece que uma mentira, ou melhor dizendo uma invenção, saída das cabeças de homens de tempos remotos tornou-se a maior, mais sentida e respeitada mentira da história da humanidade:
A invenção de Deus.
Sim.
Homens do passado longínquo criaram, em suas mentes febris e assustadas com os "poderes da natureza", deuses poderosos e maravilhosos como a explicação do surgimento da vida e das demais coisas ao nosso redor.
Seres sobrenaturais e atemporais, raivosos e exterminadores, beliciosos e ciumentos; e que foram sendo enterrados, deixados de lado, conforme evoluiamos e melhoravamos nosso entendimento sobre os mecanismos microscópicos que coordenam o funcionamento de nosso planeta e de nossos corpos.
Fomos esquecendo e relegando o fantasiosismo ao passado e ao atraso mental de nossos predecessores.
No entanto um destes seres mitológicos resistiu até nossos dias. Saído da idade do bronze e caminhando até o século XXI, o século atual.
Composto pelos mesmos atributos já descritos de seus párias, todos puramente humanos diga-se de passagem, este deus antigo, fruto de crenças esdrúxulas, sobrevive em nossos dias como um mutante oferecendo facetas personalizadas dependendo de quem o procura.




Milagreiro, médico, dono dos bens materiais, combatente do mundo espiritual, etc; só depende deo quê se está procurando. É um herói, um fenômeno, um abrigo e um amigo. Mas, contudo, seu maior feito é o de carregar consigo os piores massacres, assassinatos inumeráveis, um conjunto medonho de preconceitos saídos das cavernas, ameaçar, punir, destruir e, mesmo com tudo isso, ser reverenciado como "pai amoroso".
Sim.
Um deus que nos tempos antigos era belicista, matava, fulminava, queimava homens vivos e que, da noite para o dia, resolve transformar-se em humano e apregoar a "paz, amor e o respeito", contradizendo a sua própria lei e a si próprio.
E depois de "fazer-se carne" para salvar a humanidade dele mesmo, ou de sua fúria, some novamente e deixa o maior império da época para levar sua palavra aos "quatro cantos do mundo".
Através da espada sua nova fé, agora remodelada por seu filho, que era ele mesmo ao mesmo tempo e separadamente, foi promulgada e estabelecida em todo mundo conhecido, e naquele que estaria para conhecer-se.
Caça às bruxas, inquisições, enforcamentos, morte na fogueira, afogamento, serras para partir o corpo ao meio, sarcófagos cheios de estacas de ferro, cruzes invertidas e toda sorte de engenhocas criadas com um único fim: punir os descrentes e enviar suas almas pecadoras às profundezas do inferno. Inferno esse saído das mentes de um povo moderno que nada sabia do tal deus até aquele momento e que resolveu, assim de uma hora para outra, "emendar" uma parte de sua cultura à daquele poderoso ser.




Sua fé cresceu e fincou-se ao terreno do imaginário humano e viu com o passar do tempo, semore estático em seu canto, a mentalidade humana mudar.
"Liberté, égalité, fraternité!" 
Ouviu o deus todo poderoso os homens gritarem e, do alto de sua onisciência, viu-se em um encruzilhada:
De um lado o velho mundo: o medo, a prepotência, a escravidão e a ignorância.
Do outro lado o novo mundo: de homens livres, de pensamento livre e igualdade entre os povos.
Muito a contragosto ele rendeu-se ao novo mundo, mas sua relutância deu lugar ao surgimento de uma nova oportunidade.
Agora ele não era apenas o deus de uma nação isolada no continente africano. Não, ele agora tinha o mundo inteiro e para adequar-se ao novo ideal humano ele converteu-se em Pai celestial!
Criador da humanidade.
Traído por um homem mal agradecido, uma mulher ingênua e uma serpente (falante!) invejosa. 
Aborrecido e irado condenou sua criação a tormentos sem fim para que ela pudesse reconciliar-se com ele. Tão bondoso e amoroso enviou seu filho para salvar sua amada criação retirada do barro.
Com esse aparato psicológico que enganava, e engana, homens sedentos de controle emocional ele transformou-se na mais benevolente, porém temível, força criadora do universo, digo do céu e da terra, pois o universo só foi descoberto algum tempo depois.
Seus crimes foram apagados, ou transformados em culpa dos seres humanos indignos de seu amor e carinho.




Até que um dia homens, infiéis e usurpadores, descobriram que suas histórias eram estranhas e confusas. Que ele não havia contado a seus profetas a história completa, nem 1/3 na verdade.
Que sob nossos pés não há pedras apoiando os cantos da terra, que as estrelas são sóis em galáxias distantes com seus próprios sistemas complexos, que dores de cabeça não são castigos, que acima de nossas cabeças, no céu, não há portinholas ou janelas para serem abertas com a intenção de conversarmos com anjos, ou qualquer coisa assim; que o planeta é indiferente as nossas vontades e anseios, que a vida tem caminhos diferentes, estranhos e profundamente mais complexos que o barro da criação, que o mundo microscópico é muito mais ativo e decisivo na jornada humana que a vontade deste arcaico deus e que todas as maravilhosas histórias que ele havia contado eram apenas mentiras....

Mas lembram-se do dito popular?
Repito sem medo:
"Uma mentira repetida várias vezes acaba se tornando verdade."
Já era tarde demais.
Toda a humanidade já estava infectada. Todos mergulhados na crença na fantástica, poderosa e perfeita criatura divina.
Cega em sua ilusão de que ele age a bel prazer, fazendo e desfazendo vidas humanas em um tal "plano" incompreensível, incoerente, insano, desrespeitoso, preconceituoso e confuso onde sua vontade é indiscutivelmente justificada enquanto nós somos joguetes, marionetes e merecedores de toda maldade, crueldade e perniciosidade advindas do poder eterno de tal criatura. Culpados sempre, de "crimes" cometidos por homens no Oriente Médio, milhares de anos atrás, que nada tem haver com nossa realidade.
E agora, tal qual a revolução francesa por direitos humanos, nosso tempo vê surgir pessoas que querem livrar a humanidade deste pensamento atrasado e delirante.
Não sem luta, não sem batalhas.
A maior mentira de todos os tempos, conjunto de mentiras diria eu, é a de que nos rendemos a um ser que não existe, que nos fez regredir à nossa condição de bestas ignorantes, apenas para agradar nossas próprias vontades e esconder nossos próprios medos. Separando-nos e convertendo-nos em menos que seres pensantes mas, em opressores de nós mesmos.

http://buscaderazao.blogspot.com.br/


2 comentários:

  1. Fantástico. Só comentando para deixar minha marca como visitante e para parabenizar o autor por este incrível texto sobre nossa atual realidade.

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