Nike, a deusa do triunfo e da glória. Mais conhecida como vitória aqui no Brasil
Nike, chamada pelos romanos de Victoria, personificava o triunfo e a glória. Deusa alada, Nike podia correr e voar em grande velocidade, além de outras qualidades extraordinárias que lhe eram atribuídas. Representada carregando uma palma e uma coroa de louros, era considerada como fonte de boa sorte e todos os deuses, atletas e guerreiros desejavam ter Nike ao lado.
Ela estava sempre ao lado de Athena, a deusa da sabedoria, da estratégia e das habilidades, dando a certeza de que a deusa obteria a vitória nas batalhas travadas. Os atenienses tinham especial devoção por Nike e ergueram templos em sua homenagem para assinalar as suas vitórias militares. Muitos desses cultos eram conjugados com outros dedicados à própria Athena.
Nike voava sobre os campos de batalha para premiar os vencedores com a fama e a glória, mas nem sempre era justa e nem sempre premiava o mais brilhante. Nike premiava com os louros da vitória quem soubesse usar da melhor estratégia. Filha de Palante e da oceânide Estige ou Styx, sua mãe era a deusa dos inquebráveis juramentos solenes e portanto invocada em qualquer situação que envolvesse ganhos, sucesso, vitória e poder. Isso porque para vencer, é necessário fazer um juramento consigo mesmo para alcançar um objetivo.
Quando Zeus, a divindade dominante do panteão grego, estava organizando a guerra contra os titãs, Styx e seus filhos Nike, Bia, Kratus e Zelus foram seus aliados. Aos deuses, guerreiros e herois, Bia dava a força, Kratus o poder e Nike coroava a vitória. Porém qualquer um que fosse vencedor também deveria saber lidar com Zelus - o ciúme, algo que sempre ronda quem tem sucesso.
No ano de 490 a.C. quando os soldados atenienses partiram para a planície de Maratona ou Marathonas para combater os persas, suas mulheres ficaram apreensivas pois os inimigos haviam jurado que, depois da batalha, marchariam sobre Atenas, destruiriam a cidade, violariam suas mulheres e sacrificariam seus filhos.
Diante dessa ameaça, os gregos combinaram com suas esposas que, se não recebessem a notícia da vitória em 24 horas, todos deviam suicidar. Os gregos ganharam a batalha, mas a luta iria demorar ainda mais tempo e eles temiam que elas executassem o plano. Por isso enviaram Filípides, que era o melhor atleta de Atenas, para dar a notícia. Ainda hoje Filipides é homenageado pelo corredor que carrega a tocha para acender a pira que antece os jogos olímpicos.
O mensageiro percorreu cerca de 42 km que separavam Maratona de Atenas, uma razão para a distância da atual prova olímpica da maratona. O grande corredor só parou quando chegou à Acrópole, o lugar mais alto e importante da cidade grega. Do alto ele gritou: Nike! Nike! Nike! e caiu morto pelo esforço.
Retratada e homenageada nas medalhas dos Jogos Olímpicos nos tempos atuais, Nike é testemunha das lutas e competições que se travam nos ginásios esportivos mas também de nossa luta diária para superar dificuldades e conquistar os nossos objetivos. Ela voa baixo, beija a testa dos vencedores que lhe sorriem e não se sensibiliza com os gritos dolorosos dos fracassados.
Nem sempre é justa, nem sempre premia o melhor e mais brilhante, mas castiga os pretensiosos que ousam cantar a vitória antes de travar a batalha. O que lhe seduz é a estratégia, o foco, a disciplina e o controle emocional.
Para construir uma carreira ou ter sucesso em qualquer empreendimento precisamos manter o foco e estarmos convictos do que nos motiva, pois é a motivação que nos leva a tentar melhorar a cada dia. Para isso é preciso determinação e disciplina, mas sobretudo gostar do que fazemos.
E, por mais que confiemos em nossas capacidades, temos de reconhecer as nossas limitações. Temos habilidades especiais mas não somos bons em tudo. Não adianta querermos nos meter onde sejam necessárias competências que não temos, ao invés disso devemos priorizar os nossos pontos fortes e trabalhar as nossas melhores aptidões. Pontos fortes bem desenvolvidos superam pontos fracos.
No entanto, a vida é como uma Olímpiada, não basta desenvolvermos apenas competências. Precisamos também desenvolver o controle emocional, aprendendo a lidar com as pressões e frustrações. Resiliência é a palavra-chave, recuperar-se rapidamente dos baques que a vida dá e tirar lições positivas das derrotas que são fundamentais para outras oportunidades. Leia mais sobre resiliência em meu blog Viva la Vita ou click aqui
Para colher os louros da vitória, sejam nos esportes, nas empresas e nos objetivos pessoais é preciso saber interagir e ter respeito com os outros, saber como e quando atuar, tendo disposição para incorporar novos métodos e se aprimorar. Isso ajuda a desenvolver a habilidade de se relacionar com os outros e saber trabalhar em equipe.
Nossa vida não é feita apenas de um objetivo, sempre haverá novos desafios a vencer. Ser vitorioso uma vez não garante que teremos sucesso sempre. Quando atingimos um determinado patamar é preciso continuar aprimorando para nos manter no topo e não subestimar a capacidade de nossos concorrentes e adversários. Achar que estaremos livres de qualquer adversidade, é o primeiro passo para a queda.
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